sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Filosofando [e endoidando] novamente....

Hoje estava eu assistindo minha viajada aula de lambda cálculo, quando o professor anuncia que vai largar mais cedo, de 11h (normalmente acaba de 12h). Pensei: ótimo, né? Chego no estágio mais cedo e vou logo p casa. Então fui inventar de debater uma questão de uma lista de exercícios de lambda cálculo com uns colegas de sala. Começou uma divergência sobre se determinada prova de uma questão era realmente válida ou não. E aí, como várias vezes acontecem quando se está estudando coisas matemáticas viajadas como o lambda cálculo, a discussão foi parar na filosofia. É a matemática inventada ou descoberta? O universo é finito, infinito ou se curva sobre si mesmo? De onde surgiu o universo, quando tudo começou? Bem... Sobre a matemática ser descoberta ou inventada, ainda não tenho uma opinião muito bem formada. Existem argumentos convincentes para os dois lados. Por um lado, como pode o número π aparecer em tantos lugares da matemática, em cantos que não tem nada a ver com a aplicação mais comum que nós conhecemos, que é na circunferência, e ele ser inventado? É como se ele sempre estivesse lá, mas nós só o descobrimos com o passar do tempo. Por exemplo, se pegarmos os inversos dos quadrados dos números naturais, ou seja, 1 + ¼ + 1/9 + 1/16 + 1/25 + ..., isso é exatamente igual a π²/6. Estranho achar que ele é apenas uma invenção e não já existia? Por outro lado, quem acredita na criação na matemática argumenta que elaborar uma equação, ou algo do tipo, é mérito de quem faz, não da matemática por ela mesma, como uma coisa independente de tudo. Eles acham impossível tanta complexidade já ser existente de um modo passível, na espera. Assim, apesar de minha opinião não estar completamente formada ainda, eu tenho uma inclinação a acreditar que a matemática é sim descoberta! Ela já existe, nós apenas vamos descobrindo as relações e inventando abstrações para representá-la. Quanto ao universo, minha cabeça dá um nó. Para mim, não faz sentido o universo ser finito. Teria que ter um ponto de parada... Onde dali para o lado de cá, é universo. Dali para o outro lado, não é nada. Então a gente poderia até colocar uma plaquinha né? “Aqui acaba o universo.” Não faz sentido. Mas em contrapartida, também não entra muito bem na minha cabeça as outras duas opções. O universo é infinito, certo. Mas ele é indefinidamente infinito em todas as dimensões ou em algum momento ele se encontra consigo mesmo? Se sim, é como se eu percorrendo o universo, em algum momento eu voltaria ao ponto de partida. Mas como ele é infinito, esse ponto de partida é impossível de alcançar em tempo finito. E é aí que meu cérebro para de funcionar e eu passo para a próxima questão. De onde ele surgiu? Considerando que surgiu com o Big Bang, ou que Deus criou o universo, eu me deparo com o mesmo problema: e quem criou Deus ou de onde veio o Big Bang? É aquela velha historia: qual o ponto de partida? Esse ponto existe? Por mais que a teoria do Big Bang explique como o universo em que vivemos hoje surgiu, mas o que explica a origem do Big Bang? Talvez algum físico já tenha dando uma resposta para isso, eu não sei. Mas eu não conheço. Então isso continua dando mais um nó na minha cabeça. E aí entrou naquela outra história: o princípio da incerteza. Será o computador que eu estou usando para escrever nesse momento realmente um computador, ou ele se tornou um computador devido a minha observação e do meu desejo como observador de que ele se comporte como matéria? Aff.. Se eu continuar pensando essas coisas, um dia eu endoido. Por isso, eu digo: o ignorante é mais feliz. Eu era bem mais feliz antes de começar a pensar nesses problemas sem solução que ficam me deixando com essa pulga atrás da orelha e inquieta por que não consigo resolve-los. Isso é um pensamento meio pessimista né? Mas fazer o que? Não que uma pessoa completamente ignorante seja mais feliz. Mas tem certos conhecimentos que nos dão e nos tiram algo, como falado aqui no post anterior, e nem sempre o que eles tiram compensam o que eles dão. E no caso desses debates filosóficos de hoje, não é bem o conhecimento, mas sim a busca por ele, pois não faço a mínima idéia de qual é a resposta correta, se é que ela existe, para cada uma dessas questões. Enfim... A discussão durou até mais de 14h, cheguei super tarde em casa e com a cabeça mais confusa do que eu tava antes. E a pergunta que ficou no ar: Será aquilo que nós estávamos usando para apoiar os livros e fazer nossos desenhos loucos do universo realmente uma mesa? o.O

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Filosofando...

Essa semana, acabei de ler um livro um tanto quanto viajado e interessante: Quem se atreve a ter certeza? A realidade quântica e a filosofia. Teve uma parte dele em especial que me chamou a atenção: “Toda nova conquista de natureza científica, todo novo conhecimento, nos dá e nos tira algo ao mesmo tempo. Quando Adão comeu pela primeira vez o fruto da árvore do conhecimento, seus olhos se abriram e ele soube que estava nu, mas perdeu o paraíso. Essa história também vale para os conhecimentos da astronomia atual. Por meio dela, tomamos conhecimento de que estamos em um universo imenso e ilimitado. Mas o preço desse conhecimento é grande. Segundo ele, estamos em um pequeno inseto que flutua sobre uma ostra no oceano. Nós, portanto, encontramo-nos sobre um grãozinho de pó tão diminuto que o universo não sofreria o mínimo abalo se ele fosse arrastado por um sol e desaparecesse repentinamente. É como o viajante de automóvel que vai de uma cidade a outra sem tomar conhecimento da formiga que a roda de seu carro esmaga na estrada.” Isso para mim é tão inquietante... Foi por coisas desse tipo que eu parei de ler o Mundo de Sofia, há muito tempo atrás. Eu ficava pensando, pensando, pensando... Mas não chegava em lugar nenhum. Eu acho que quanto mais você pensa nisso, mais perguntas aparecem... Você acaba entrando num loop infinito... E aí no final do livro, ele mostra as crenças de alguns físicos, filósofos e matemáticos sobre o mundo quântico [que eu nem me atrevo a falar aqui]. “Fred Wolf acreditava que não existia a realidade na ausência do observador. A observação é que cria a realidade. E o filósofo [e matemático] Bertrand Russel, um dos adeptos dessa hipótese, afirmava: ‘Nesta filosofia, eu me sentia completamente confortável. Havia um prazer curioso em se fazer crer que o tempo e o espaço não eram reais, que a matéria era uma ilusão e que o mundo realmente não consistia em nada além da mente.’”
Eu só queria entender o que se passa na cabeça desse povo para conseguir pensar numas viagens dessa... Enfim... Recomendo a leitura, para quem está a fim de viajar um pouquinho pelas fronteiras da ciência [e filosofia].

o futuro tá aí.. e agora?

Tudo começou quatro anos atrás, quando eu tinha que escolher o que fazer para o vestibular. Pensei em fazer bacharelado em matemática, mas ai me veio à cabeça, o que diabos eu vou fazer com matemática? Vontade de ser professora eu não tenho, muito menos vocação. Foi aí que conversando com um amigo que fazia computação, ele me falou que computação tinha muita matemática, pouca física e nenhuma química, e que com computação, eu poderia fazer as coisas mais práticas que eu tanto queria. Bingo! Resolvi fazer ciência da computação. Passei no vestibular, entrei no curso e gostei... Muitas cadeiras interessantes (principalmente as envolvendo matemática, programação ou informática teórica), algumas nem tão interessantes assim (engenharia de software)... E aí eu acabei o quinto período, acabei as disciplinas obrigatórias. E agora? Para que área eu vou? Vontade não me falta de ficar estudando mais para a área de informática teórica, matemática computacional, e quem sabe até puxar um pouco para a área de teoria dos números (que comecei a me interessar depois de ler O Último Teorema de Fermat, que comentarei outro dia, quem sabe, nesse blog). Mas aí vem novamente a pergunta: o que eu vou fazer da minha vida com isso? Deve ter alguma empresa por aí que precise de gente com conhecimento nessa área, mas qual? Não sei muito bem se as empresas que eu sempre tive interesse de trabalhar precisam disso... E aí é que fica a dúvida. Cada dia, eu acordo com um pensamento diferente, com vontade de fazer uma coisa diferente. O que será que eu vou ter vontade de fazer amanhã?