domingo, 10 de fevereiro de 2008

20.000 Léguas Matemáticas

Essa semana eu li o livro 20.000 léguas matemáticas, de A. K. Dewdmey. Ele fala sobre a busca do professor Dewdney pela resposta de duas grandes perguntas: “Por que a matemática é tão incrivelmente útil nas ciências naturais?” e “A matemática é descoberta ou criada?”. Para isso, ele se encontrou com quatro estudiosos para tentar responder a essas perguntas. O primeiro deles foi Petros Pygonopolis, um historiador da matemática e da ciência, na antiga cidade grega de Mileto. O segundo foi o astrônomo árabe Jusuf al-Flayli no Egito. O terceiro encontro foi com Maria Canzoni, uma física de Veneza. Por último, ele se encontrou com Sir John Brainard, um matemático de Oxford. Os quatro possuíam opiniões um tanto quanto diferentes, mas todos concordavam com o mesmo ponto: a matemática é sim descoberta. Mesmo depois de ler todo esse livro com diversas opiniões diferentes acerca do assunto, eu continuo com a minha opinião que eu dei nessa postagem: A matemática é descoberta. Ela já existe, nós apenas vamos descobrindo as relações e inventando abstrações para representá-la. Existe a hipótese pitagórica, que diz que: ”O cosmo e tudo que há nele são regidos por leis matemáticas.” Pitágoras ainda ia além e dizia que o universo poderia ser todo descrito por inteiros. Nesse ponto eu não concordo. Houve uma parte do livro que me chamou uma particular atenção. Um matemático inglês chamado David Gridbourne julgava ter produzido criaturas vivas em seu computador. Ele desenvolveu um autômato celular chamado 2DWORLD, que é basicamente um universo bidimensional com a forma de uma vasta esfera. Esse autômato é regido por regras simples que imitam as equações da física moderna. Ele começou aleatoriamente distribuindo 0 ou 1 a cada célula dessa unidade. Isso acabou, para surpresa do próprio Gridbourne, gerando um cosmo bidimensional com estruturas complexas. Ele disse o seguinte a respeito desse universo: “E está [vivo]. Algumas regras da física parecem garantir o surgimento de níveis organizacionais, um após o outro, aparentemente de maneira infindável. Nesse nível, o sistema chegou a estruturas que se propagam interminavelmente. E elas têm mudado, desde que surgiram pela primeira vez. Decididamente, estão ficando mais complexas, e têm uma espécie de código genético, embora ele se baseie em estruturas muito diferentes da do nosso. ” Ele ainda considera que é possível que essas estruturas possam desenvolver a ciência e acabar descobrindo as leis que ele instalou no seu espaço celular e acha até possível que elas descubram que só existem em um computador, mas não teriam a menor idéia em qual computador nem onde. Uma viagem isso né? Enfim, o livro é bom. Recomendo a leitura por quem se interesse pelas perguntas de Dewdney e pela história da matemática.

Um comentário:

Luluzinha disse...

Paty estou lendo esse livro.Me pergunto o tempo inteiro: Esses cientistas existem de fato?
Eu não sei.
Mas o livro é surpreendentemente intrigante.
Hum...
Talvez existam e talvez não.
Mas o que fica pra nós é a certeza de que a Matemática existe...E que ela está a nossa volta.
Em todas as coisas...Ela espera pacientemente que a nossa percepção fique mais aguçada.
BjoO Paty...Prazer em conhecê-la